A música goiana é muito rica e apresenta uma trajetória densa que tem revelado talentos, inclusive com reconhecimento internacional. Como a música brasileira de maneira geral, a criação musical goiana teve importante contribuição de índios, portugueses e africanos. Essa herança se expressa, por exemplo, na “Dança dos Tapuias”, um dos quadros da Festa do Divino Espírito Santo, em Pirenópolis. O tradicional auto As Pastorinhas (encenado desde 1922 e que compõe também a Festa do Divino Espírito Santo) foi inicialmente um ritual de catequização de índios. Esse caráter cedeu lugar à pregação religiosa, que marcou o perfil da música goiana durante muito tempo.
A musicista Belkiss S. Carneiro de Mendonça revela que a música verdadeiramente artística era a das igrejas, produzida para as funções religiosas. Mais tarde esse gênero chegou aos lares, levado pelas moças que tocavam e cantavam. Modinhas e romances despontavam com elaboração e muito sentimento. Os primeiros trabalhos musicais que surgiram em Pirenópolis tinham a assinatura do vigário José Joaquim Pereira da Veiga.
Entre os nomes mais importantes da música goiana, no século 19, destacaram-se José do Patrocínio Marques Tocantins, Tonico do Padre, Baltazar Ribeiro de Freitas, Braz Luiz de Pina, Sebastião Pompeu de Pina Júnior, José Pirahy, Mestre Quilú e Antônio Marcos de Araújo, entre outros.
As bandas tiveram um papel relevante no caminho da música. Sua função era divulgar as composições regionais e animar as festas populares, os dramas, as comédias. Mas apresentavam-se também nas igrejas com pompa e circunstância. Em Corumbá de Goiás destacou-se a Corporação Musical 13 de Maio (fundada em 1890), ainda hoje atuante e, em Pirenópolis, a Banda Phoenix, fundada em 1899 por Mestre Propício. A Phoenix também ainda resiste e, atualmente, conta com 45 integrantes e 70 instrumentos. Saraus e serenatas tornavam-se atração, sobretudo na Cidade de Goiás, na primeira metade do século 20. Nesse período proliferaram conjunto musicais, cantores e solistas. Esses grupos chegaram a fazer fundo musical para os cinemas mudos da época. Nesse contexto, surge uma personagem fundamental na história da música goiana. É Maria Angélica da Costa Brandão (conhecida como Nhanhá do Couto), que foi pianista, cantora lírica, professora e incentivadora da música erudita. Na antiga capital do Estado, ela tornou-se uma espécie de líder dos movimentos culturais e influenciou o ensino da música de piano.
Nhanhá do Couto realizou recitais também em Goiânia. Muito dos seus conhecimentos a artista transmitiu à neta Belkiss S. Carneiro de Mendonça, que tem contribuído de forma relevante com as artes goianas. Nos primeiros tempos da vida cultural em Goiânia, as irmãs Heloísa e Honorina Barra brilharam com suas modinhas, no Cine Teatro Goiânia. Na época, a pianista Nair de Morais, juntamente com Edméa Camargo, fundou o Coral da Escola Técnica Federal (hoje Centro Federal de Educação Tecnológica). A música crescia em Goiás. O professor Crundwald Costa (Costinha) criou um curso particular de violino, fundou (com seus alunos) uma orquestra. Formou gerações de músicos. Amélia Brandão (chamada Tia Amélia) também ensinava música. Dava aulas de piano. Paralelamente interpretava em rádio e televisão, na época. A pianista Heloísa Barra somou forças com Costinha para criar a Orquestra Sinfônica de Goiânia.
O ensino fundamental de música se consolidou com a instalação, pelo professor Luiz Augusto do Carmo Curado, em 1955, do Departamento de Música da Escola Goiana de Belas Artes. Entre os notáveis professores estavam o maestro, instrumentista e compositor belga Jean François Douliez e as pianistas e professoras Maria Lucy Veiga, Maria Luiza Póvoa da Cruz (Tânia Cruz) e Dalva Maria Pires Machado. Os professores decidem separar-se, em 1956, e fundam o Conservatório Goiano de Música, com o apoio da professora Maria das Dores Ferreira de Aquino.
Começam os anos 60. O conservatório é integrado à Universidade Federal de Goiás. A unidade se destaca por organizar concursos e festivais nacionais de música erudita, com a presença de gente de renome. Como Camargo Guarniéri e Maria Luiza Priolli. Algum tempo depois a Faculdade de Artes e o Conservatório de Música se fundem e dão lugar ao Instituto de Artes (Faculdade de Artes Visuais da UFG). A música folclórica goiana tem em Ely Camargo sua maior expressão. A artista chegou a comandar durante anos um programa de rádio chamado “Canções de Minha Terra”. Ely nasceu na Cidade de Goiás (antiga capital) e gravou 12 LPs e vários compactos. A maioria com temas folclóricos. Outro pioneiro da música em Goiás é Estércio Marquez Cunha. Ele nasceu em Goiatuba, fez doutorado em artes musicais nos Estados Unidos. É autor de várias peças, já apresentadas no Brasil e no Exterior. Ele lançou, em maio de 2000, o seu primeiro CD, Lento Acalanto, que reúne canções feitas a partir de 1970 e que são interpretadas por músicos goianos.
Um dos personagens que têm trazido notável contribuição para o crescimento da música, em Goiás, é o maestro Joaquim Jayme. Nascido na antiga capital do Estado, ele criou o Coral do Estado, em 1987. No mesmo ano pôs em cena a Escola de Música (unidade da Agência Goiana de Cultura Pedro Ludovico, Agepel). A Orquestra Filarmônica de Goiás é outra iniciativa de Joaquim Jayme, projeto para a Secretaria Estadual da Cultura (hoje Agepel), em 1988. A Filarmônica, com a nova política da Agepel para a música erudita no Estado, originou a atual Orquestra de Câmara Goyazes. Jayme fundou também a Orquestra Sinfônica de Goiânia, que dirigiu até o final de 2000.
As sucessivas gerações de alunos do Instituto de Artes levaram ao surgimento de várias escolas de música em Goiânia. Uma delas é o Mvsika Centro de Estudos, da pianista Glacy Antunes de Oliveira. Outra das mais notáveis é o Centro Cultural Gustav Ritter, pertencente à Agência Goiana de Cultura Pedro Ludovico (Agepel). Aí são oferecidos cursos de teoria musical, canto coral e dos mais diversos instrumentos. O Ritter ganha relevante função social como uma das poucas escolas públicas de arte do Estado, com ensino de indiscutível qualidade.
A Agepel possui a Escola de Música com vários grupos musicais, a Orquestra de Câmara Goyazes, e a Orquestra de Violeiros. A Escola de Múscia oferece ensino da música popular e erudita nos mais diversos instrumentos para pessoas diferentes faixas etárias; a Escola também organiza orquestras e outros conjuntos instrumentais como a Orquestra Jovem formada por crianças e adolescentes (idade que varia dos 9 aos 20 anos). O objetivo do grupo é preparar músicos para orquestra profissional e apresentando em diferentes espaços e ocasiões.
Já a Orquestra de Violeiros de Goiás se destaca pela interpretação de um vasto repertório que vai da música de raiz ao sertanejo-romântico. A Orquestra de Câmara Goyazes, por sua vez, é uma orquestra reduzida e apresenta repertório especificamente erudito composto, sobretudo, de obras dos grandes compositores do século 20.
Goiânia conta também com outra expressiva corporação musical, a Orquestra Sinfônica Municipal.
A música erudita goiana é reconhecida internacionalmente, apesar de, em termos regionais ainda possuir uma divulgação (e movimentação) tímida. Goiás possui cantores e duplas conhecidos nacionalmente no gênero sertanejo-pop. Como Zezé di Camargo & Luciano; Leonardo (que fazia dupla com o irmão Leandro); Christian & Ralf (ex-dupla); Bruno e Marrone, e Matão e Monteiro, entre outros. Há dezenas de cantores e compositores que movimentam o gênero MPB, com destaque para as canções regionais.
Alguns músicos reconhecidos no país e no exterior surgiram em Goiânia. O Koinonya, importante conjunto na história da música cristã brasileira se formou na cidade. Bandas de pop rock, como Mr. Gyn e Pedra Letícia também são de Goiânia.Um dos locais que revelaram muitos músicos na cidade foi o Conservatório Goiano de Música, com o Festival Nacional de Música de Goiânia, organizado na Universidade Federal de Goiás, cuja primeira edição decorreu em 1968.
Goiânia possui uma forte influência da música sertaneja.Grandes nomes desse estilo musical iniciaram uma carreira de sucesso na cidade, como Zezé di Camargo & Luciano, Leandro & Leonardo,Guilherme & Santiago, Bruno & Marrone,entre outros artistas do gênero que se destacam em Goiânia nos últimos anos. A cidade é reconhecida por ter alguns dos melhores festivais de música do país, como o Goiânia Noise Festival, de rock; Micarê Goiânia, de Axé; Goiânia Rodeo Festival, o maior rodeio do Centro-Oeste; e o Cerrado Rock Festival, também de rock.Goiânia também conta com uma orquestra sinfônica, fundada em 1993, que integra 62 músicos e um coro com 48 membros.
Vídeos:
Vídeos:
chato muito chato não lem
ResponderExcluirChato muito chato o que vc uma vagabundo q n faz trabalho de escola
ExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirPESQUISA MUITO ÚTIL. PARABÉNS
ResponderExcluirPesquisa muito detalhada e informativa,muito completa!
ResponderExcluirAmei❤
nossa !!! me ajudou muito mesmo
ResponderExcluirGOSTEI MUITO DO ARTIGO E TAMBÉM DAS MÚSICAS, ESTAVA A PROCURA DE ALGO ASSIM PARA PASSAR PARA MEUS ALUNOS SOBRE A CULTURA MUSICAL DE GOIÁS.
ResponderExcluir